[sexta-feira, 2 de novembro de 2012*]
Nunca acreditei nessa onda de amor eterno. Muito embora, eu saiba que ele exista. Afinal, existe algo a que chamamos de "amor materno" (e a tira-colo, o chamado "amor paterno"). Mas, e entre aqueles que se encontram pela casualidade do destino? Pelos que peregrinam em busca da sua cara metade, sua alma gêmea, da tampa da sua panela? Ora, a estes resta o famigerado "que seja eterno enquanto dure".
Isso quer dizer que relacionamentos amorosos têm prazo de validade. Você pode até tentar protelar, mas deve assumir o risco de uma intoxicação grave a partir de então. O que antes era delícia vira veneno mortal. Daqueles que não deixa restar nada. Apenas um cemitério de desilusões, onde jazem na eternidade diversos amores que um dia se afirmaram infinitos.
O amor, esse amigo da onça, sempre nos deixa na mão. Nos abandona, à própria sorte sem dizer data nem hora. Ele que chega chegando, se dizendo o maior de todos. O insuperável.
Ora, grande ele pode até ser, mas não é dois. Ele une, mas não unifica. Ele é bom, mas não é eterno.
E quando ele se vai, o que sobra?
Na maioria das vezes, nada. Apenas um vazio que precisa novamente ser preenchido com generosas porções de uma nova safra de Amorus Levitantis. Sim, um amor novinho em folha que nos faça novamente levitar, suspirar, causar arritimia, sorrir à toa, cometer loucuras... e que obviamente... seja ETERNO.
*Ainda continuo pensando da mesma forma.