quarta-feira, 31 de março de 2010

Sobre decisões e sacrifícios.



Hoje assisti a um dos tantos episódios assistidos do enigmático "Caverna do Dragão". Não preciso nem falar sobre a minha paixão por esta série inacabada e que se tornou um dos ícones de uma geração. Eu gosto das mensagens transmitidas. Me fazem sentir bem, mesmo num dia de stress. Hoje quando liguei a TV peguei já pela metade um episódio do qual eu não lembrava, ou até mesmo não tenha assistido. Era um episódio sobre uma caixa mágica que poderia oferece-lhes a tão sonhada volta para casa. No decorrer da trajetória os jovens guerreiros caem em várias armadilhas, o que porém, não faz com eles desistam do seu sonho. Em uma das tantas tentativas, eles finalmente conseguem. Mas como felicidade dura pouco, logo logo os jovens se veem obrigados a retornar devido a ameaça do temível Vingador de destruir seu mundo caso eles não o entregassem as suas armas mágicas. A decisão era difícil, mas eles não tinham saída: ou entregavam as armas permitindo assim o triunfo do Vingador sobre o Mestre dos Magos ou assistiriam de camarote, aliás, de carrinho de montanha-russa, a devastação do seu mundo.

Decisões... seja qual a decisão que tomemos sempre saimos perdendo. E eu fiquei pensando em como as vezes a vida nos exige certos sacrifícios em prol de um "bem maior". E é isso que nos dá força para sempre confiarmos no amanhã.

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domingo, 28 de março de 2010

Voyage, voyage...


Voyager eternellement.
Et jamais ne reviens...


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quinta-feira, 25 de março de 2010

O convite*


"Não me interessa saber como você ganha a vida. Quero saber o que mais deseja e se ousa sonhar em satisfazer os anseios do seu coração.

Não me interessa saber sua idade. Quero saber se você correria o risco de parecer tolo por amor, pelo seu sonho, pela aventura de estar vivo.

Não me interessa saber que planetas estão em quadratura com sua lua. O que eu quero saber é se você já foi até o fundo de sua própria tristeza, se as traições da vida o enriqueceram ou se você se retraiu e se fechou, com medo de mais dor.

Quero saber se você consegue conviver com a dor, a minha ou a sua, sem tentar escondê-la, disfarçá-la ou remediá-la.

Quero saber se você é capaz de conviver com a alegria, a minha ou a sua, de dançar com total abandono e deixar o êxtase penetrar até aponta dos seus dedos, sem nos advertir que sejamos cuidadosos, que sejamos realistas, que nos lembremos das limitações da condição humana.

Não me interessa se a história que você me conta é verdadeira. Quero saber se é capaz de desapontar o outro para se manter fiel a si mesmo. Se é capaz de suportar uma acusação de traição e não trair sua própria alma, ou ser infiel e, mesmo assim, ser digno de confiança.

Quero saber se você é capaz de enxergar a beleza no dia-a-dia, ainda que ela não seja bonita, e fazer dela a fonte da sua vida.

Quero saber se você consegue viver com o fracasso, o seu e o meu, e ainda assim pôr-se de pé na beira do lago e gritar para o reflexo prateado da
lua cheia: "Sim!"

Não me interessa saber onde você mora ou quanto dinheiro tem. Quero saber se, após uma noite de tristeza e desespero, exausto e ferido até os ossos, é capaz de fazer o que precisa ser feito para alimentar seus filhos.

Não me interessa quem você conhece ou como chegou até aqui. Quero saber se vai permanecer no centro do fogo comigo sem recuar.

Não me interessa onde, o que ou com quem estudou. Quero saber o que o sustenta, no seu íntimo, quando tudo mais desmorona.

Quero saber se é capaz de ficar só consigo mesmo e se nos momentos vazios realmente gosta da sua companhia...."

(Oriah Mountain Dreamer, O convite, Rio de Janeiro, Sextante, 2000)


Será que temos todas essas respostas?!
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quarta-feira, 17 de março de 2010

Don't dream It's over...


Ontem eu sonhei com você. Você ainda era jovem e trazia consigo muitas dores e sequelas. E eu pude sentir a sua agonia. Eu sei como é se sentir sozinho no meio da multidão, onde todos falam ao mesmo tempo e você é alheio a tudo aquilo. Sei como é a vontade de sair correndo e se esconder em algum buraco onde você fique sozinho de verdade. Sem ninguém. Sem falsos gracejos. Falsas palavras. Falsas ações.
Eu ontem pude perceber sua angústia ao te perguntarem: - por que você tem uma cara tão triste? Você correu e se escondeu. Sentiu vergonha de ser triste. E pude perceber o seu desespero quando se deu conta de que todos haviam partido te deixando toltalmente só. Você não sabia o que fazer, pra que direção ir. Pensou que seria o fim do mundo não é?
Mas você viu o que aconteceu depois? Outras pessoas vieram e te acolheram, te fizeram rir, te mostraram absurdos, te estenderam a mão, te ofereceram uma outra lente para que curasses a tua miopia. Eu só queria te dizer que não é vergonhoso sentir tristeza quando se está triste. E que você preste mais atenção nas histórias de La Fontaine. E que você consiga sempre olhar para além das muralhas do mundo real. E que você consiga enxergar o pote escondido ao final do arco-iris. E que você nunca deixe de sonhar. E de se surpreender.
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segunda-feira, 15 de março de 2010

Fátima, a fiandeira*


"Numa cidade do mais longínqüo Ocidente vivia uma jovem chamada Fátima, filha de um próspero Fiandeiro. Um dia seu pai lhe disse:

Filha, faremos uma viagem, pois tenho negócios a resolver nas ilhas do Mediterrâneo. Talvez você encontre por lá um jovem atraente, de boa posição, com quem possa e então se casar.

Iniciaram assim sua viagem, indo de ilha em ilha; o pai cuidando de seus negócios, Fátima sonhando com o homem que poderia vir a ser seu marido. Mas um dia, quando se dirigiam a Creta, armou-se uma tempestade e o barco naufragou. Fátima, semiconsciente, foi arrastada pelas ondas até uma praia perto de Alexandria. Seu pai estava morto, e ela ficou inteiramente desamparada.

Podia recordar-se apenas vagamente de sua vida até aquele momento, pois a experiência do naufrágio e o fato de ter ficado exposta às inclemências do mar a tinham deixado completamente exausta e aturdida.

Enquanto vagava pela praia, uma família de tecelões a encontrou. Embora fossem pobres, levaram-na para sua humilde casa e ensinaram-lhe seu ofício. Desse modo Fátima iniciou nova vida e, em um ou dois anos, voltou a ser feliz, reconciliada com sua sorte. Porém um dia, quando estava na praia, um bando de mercadores de escravos desembarcou e levou-a, junto com outros cativos.

Apesar dela se lamentar amargamente de seu destino, eles não demonstraram nenhuma compaixão: levaram-na para Istambul e venderam-na como escrava. Pela segunda vez o mundo da jovem ruira.

Mas quis a sorte que no mercado houvesse poucos compradores na ocasião. Um deles era um homem que procurava escravos para trabalhar em sua serraria, onde fabricava mastros para embarcações. Ao perceber o ar desolado e o abatimento de Fátima, decidiu comprá-la, pensando que poderia proporcionar-lhe uma vida um pouco melhor do que teria nas mãos de outro comprador.

Ele levou Fátima para casa com a intenção de fazer dela uma criada para sua esposa. Mas ao chegar em casa soube que tinha perdido todo o seu dinheiro quando um carregamento fora capturado por piratas. Não poderia enfrentar as despesas que lhe davam os empregados, e assim ele, Fátima e sua mulher arcaram sozinhos com a pesada tarefa de fabricar mastros.

Fátima, grata ao seu patrão por tê-la resgatado, trabalhou tanto e tão bem que ele lhe deu a liberdade, e ela passou a ser sua ajudante de confiança. Assim ela chegou a ser relativamente feliz em sua terceira profissão.

Um dia ele lhe disse:

Fátima, quero que vá a Java, como minha representante, com um carregamento de mastros; procure vendê-los com lucro.

Ela então partiu. Mas quando o barco estava na altura da costa chinesa um tufão o fez naufragar. Mais uma vez Fátima se viu jogada como náufraga em uma praia de um pais desconhecido. De novo chorou amargamente, porque sentia que nada em sua vida acontecia como esperava. Sempre que tudo parecia andar bem alguma coisa acontecia e destruia suas esperanças.

Por que será — perguntou pela terceira vez — que sempre que tento fazer alguma coisa não da certo? Por que devo passar por tantas desgraças?
Como não obteve respostas, levantou-se da areia e afastou-se da praia.

Acontece que na China ninguém tinha ouvido falar de Fátima ou de seus problemas. Mas existia a lenda de que um dia chegaria certa mulher estrangeira capaz de fazer uma tenda para o imperador. Como naquela época não existia ninguém na China que soubesse fazer tendas, todo mundo aguardava com ansiedade o cumprimento da profecia.

Para ter certeza de que a estrangeira ao chegar não passaria despercebida, uma vez por ano os sucessivos imperadores da China costumavam mandar seus mensageiros a todas as cidades e aldeias do país pedindo que toda mulher estrangeira fosse levada à corte. Exatamente numa dessas ocasiões, esgotada, Fátima chegou a uma cidade costeira da China. Os habitantes do lugar falaram com ela através de um intérprete e explicaram-lhe que devia ir à presença do imperador.

Senhora — disse o imperador quando Fátima foi levada até ele — sabe fabricar uma tenda?
Acho que sim, Majestade — respondeu a jovem.

Pediu cordas, mas não tinham. Lembrando-se dos seus tempos de fiandeira, Fátima colheu linho e fez as cordas. Depois pediu um tecido resistente, mas os chineses não o tinham do tipo que ela precisava. Então, utilizando sua experiência com os tecelões de Alexandria, fabricou um tecido forte, próprio para tendas. Percebeu que precisava de estacas para a tenda, mas não existiam no país. Lembrando-se do que lhe ensinara o fabricante de mastros em Istambul, Fátima fabricou umas estacas firmes. Quando estas estavam prontas ela puxou de novo pela memória, procurando lembrar-se de todas as tendas que tinha visto em suas viagens. E uma tenda foi construída.

Quando a maravilha foi mostrada ao imperador da China ele se prontificou a satisfazer qualquer desejo que Fátima expressasse. Ela escolheu morar na China, onde se casou com um belo príncipe e, rodeada por seus filhos, viveu muito feliz até o fim de seus dias.

Através dessas aventuras Fátima compreendeu que, o que em cada ocasião lhe tinha parecido ser uma experiência desagradável, acabou sendo parte essencial de sua felicidade".


É Fátima...creio que também sou capaz de construir uma tenda!!


*Conto popular famoso na Grécia, não se sabendo ao certo de onde provém sua origem.

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terça-feira, 9 de março de 2010

Uma quase-tragédia cotidiana.


O que é uma pessoa ter sorte? Passar no vestibular? Num concurso? Nascer numa família rica? Ganhar na Mega-Sena? Encontrar um grande amor?

Hoje eu presenciei um fato que me fez ficar pensando o dia inteiro neste lance de sorte. Estava eu numa parada de ônibus em pleno meio-dia em pleno Ver-o-peso. Pense num inferninho que é estar num sol de rachar a cuca, contando com a sorte de que o ônibus não demore, nem invente de queimar a parada e te deixar mais meia-hora virando churrasco. Eis então que um ônibus pára e desenbarcam vários passageiros. Dentre estes encontra-se uma jovem senhora portadora de uma deficiência física. Assim que ela desce outra senhora que corria para não perder o seu transporte dá-lhe uma senhora trombada que a joga na beira da pista. Por pouco, muito pouco, o ônibus seguinte não a esmaga. A cena é impactante porque imaginamos sempre o pior. A senhora ofegante e totalmente atordoada começa a xingar a outra. Esta por sua vez não sabia o que dizer, apenas pedia desculpa pois não tinha sido intencional.

A partir deste quase-trágico fato, fiquei pensando o resto do dia nesta história de vítimas e vilões. A senhora, mesmo sem querer, poderia ter sido a autora de uma grande tragédia. E a outra...nossa! A outra foi detentora de uma graaaande sorte! Dessas de levantar a mão pro céu e agradecer, agradecer e agradecer...

A vida tem dessas coisas!!
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segunda-feira, 8 de março de 2010

Hay que endurecer, pero si perder la ternura jamás!


Mulher: ser ou não ser? Por que não?



Hoje o que eu já ouvi de felicitações por conta do 8 de março, não é brincadeira. E claro, quantos eu escuto são quantos os que eu também tenho que retribuir. Coisa forçada. E forçação de barra é algo que detesto. Sabe, eu não sou contra datas comemorativas, mas acho que elas perdem o sentido real para qual foram criadas. Transformam-se em mera desculpa para o consumo. Compras, compras e mais compras. Dificilmente se pára um pouquinho para se fazer uma reflexão sobre o papel exercido pela mulher em nossa sociedade. O que consquistamos de fato? Pelo quê ainda preciamos lutar? Será que a mulher já é um ser tão livre quanto se pensa? Nos coloquemos a frente de um espelho e nos façamos estas perguntas. Pensemos nas limitações que ainda sofremos pelo simples fato de sermos mulheres. Mulher não pode... Mulher isso...Mulher aquilo... Isso quer dizer então que ser mulher é se adaptar aos valores impostos sem contestar? É assim que nos tornaremos livres? Baixando a cabeça sempre? Nos adequando? Nos oprimindo? Buscando apenas satisfazer as vontades alheias?
Eu acredito, sinceramente, que ser mulher ainda é um grande desafio neste mundo. E termino este breve desabafo citando um frase tão cliché, mas de um sentido tão profundo que talvez muitos e muitas ainda não compreendam de fato:

"Não se nasce mulher, torna-se mulher". (S. Beauvoir)

E aconselho:

"Sonha e serás livre de espírito... luta e serás livre na vida". (E. "Che" Guevara)

E um Feliz Dia Internacional da Mulher. Porque ser mulher ainda vale muito a pena!
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domingo, 7 de março de 2010

Pensamentos roubados*


"Ser livre é não ser escravo das culpas do passado nem das preocupações do amanhã. Ser livre é ter tempo para as coisas que se ama. É abraçar, se entregar, sonhar, recomeçar tudo de novo. Mas, acima de tudo, ser livre é ter um caso de amor com a própria existência e desvendar seus mistérios." (A. Cury)


"Morre lentamente quem se transforma em escravo do hábito, repetindo todos os dias os mesmos trajetos, quem não muda de marca, não se arrisca a vestir uma nova cor ou não conversa com quem não conhece.
Morre lentamente quem faz da televisão o seu guru.
Morre lentamente quem evita uma paixão, quem prefere o negro sobre o branco e os pontos sobre os "is" em detrimento de um redemoinho de emoções, justamente as que resgatam o brilho dos olhos, sorrisos dos bocejos, corações aos tropeços e sentimentos.
Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz com o seu trabalho, quem não arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de um sonho, quem não se permite pelo menos uma vez na vida, fugir dos conselhos sensatos.
Morre lentamente quem não viaja, quem não lê, quem não ouve música, quem não encontra graça em si mesmo.
Morre lentamente quem destrói o seu amor-próprio, quem não se deixa ajudar.
Morre lentamente quem passa os dias queixando-se da sua má sorte ou da chuva incessante.
Morre lentamente que abandona um projeto antes de iniciá-lo, não pergunta sobre o assunto que desconhece ou não responde quando lhe indagam sobre algo que sabe.
Evitemos a morte em doses suaves, recordando sempre que estar vivo exige um feito muito maior que o simples fato de respirar. Somente a ardente paciência fará com que conquistemos uma esplêndida felicidade." (P. Neruda)
*Roubei porque achei bunito de duê.
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