segunda-feira, 9 de novembro de 2009

.Sem título.


Hoje a ideia de morte veio me fazer uma visita. Fazia um certo tempo que ela não se aproximava. Mas porque eu não deixava. Mas hoje eu deixei que ela me fizesse um pouco de companhia. Eu precisava desabafar, sabe? E só ela estava ali me estendendo a mão. Ouvia atenciosamente as minhas lamúrias. E me deu um conselho. Uma solução prática. Mas cadê que eu tive coragem para seguir o conselho dela. Ai ela disse que eu era covarde. Me disse que no mundo ninguém tá muito nem ai pra gente. Por que eu deveria me preocupar com os outros? Talvez antes eu nem me desse conta disso. Ai eu fiquei ali imaginando como seria o mundo sem a minha presença. Não o mundo mundo, mas o meu mundo. O meu universo particular. Comecei a imaginar a minha petit sentindo a minha falta. Comecei a imaginar o que as pessoas fariam com os meus poucos livros que por ai estão espalhados e que para mim valem muito. Imaginei os meus tão poucos amigos (talvez) relembrando alguns poucos momentos felizes que passamos juntos. E as minhas ideias insanas? E as minhas besteiras escritas? O Vieira e o Bettendorff? O que seria deles? Ai eu me peguei pensando que nada duraria mais do que duas ou três semanas. Um mês com um pouco mais de sorte. E um triste pesar: "coitada! no fim das contas era uma boa pessoa...". Ai eu vi que a morte era uma saida muito simplória. Sem muito glamour. Acho que nem teria uma roupa adequada para a ocasião. Ai eu disse a ela que não, obrigada. Em outra ocasião quem sabe?!
Acabei não aceitando a proposta e ela saiu estupefada, bufando de raiva, achando que só havia perdido tempo comigo. Novidade! Já estou até acostumada com isso que já me soa até como elogio.
Eu só sei que a minha prima sempre me convida para ir ao Rio. Um dia quem sabe eu tome coragem e vá. Assim, na doida mesmo. Um dia quem sabe eu deixe de ser tão tola e ficar acreditando em tolices que vez por outra alguém me diz. Um dia quem sabe eu me acostume com a vida e não me importe mais com tantas e tantas bobagens que de tão frívolas dá raiva só de pensar. Um dia quem sabe eu me não me importe tanto com a estupidez dos outros. E um dia quem sabe, eu deixe de ser menos covarde.

1 comentários:

Unknown on 21 de novembro de 2009 às 06:52 disse...

Todos nós já morremos várias vezes.
Vivemos 1000 vidas,
cada uma como uma coisa diferente,
sempre ganhando mais razão,
seguindo um padrão,
dando continuidade,
a algo deixado pela metade,
e isso inclui até os pensamentos,
e idéias que se perdem no ar.
Às vezes o sistema falha,
de uma hora para outra,
de uma vida para outra,
e temos aquela sensação,
de que estamos na vida errada,
que aquela não é nossa vida,
e ficamos esperando...

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